segunda-feira, 23 de março de 2009

Erva príncipe - aroma fabuloso e repelente do mosquito da Leishmaniose!!

A Erva-príncipe (Cymbopogon citratus) surge espontaneamente nas savanas da Índia meridional, Indonésia e Malásia, e é bastante cultivada em África e no Brasil, como planta medicinal e condimentar, fornecendo a indústria cosmética, farmacêutica e alimentar.Sendo uma gramínea, forma aglomerações robustas (touças) que exalam um forte e agradável aroma a limão. É extremamente rústica e fácil de cultivar, representando uma excelente opção para constituir, juntamente com outras plantas, bordaduras informais em jardins irrigados.Se cultivada em modo de produção biológico poderá, de acordo com a minha experiência, representar uma interessante fonte de rendimento, pois as suas folhas secas são muito procuradas na Europa por diversas indústrias, embora sempre em grandes quantidades e de boa qualidade.Infelizmente não tolera temperaturas inferiores a 0 ºC, podendo mesmo morrer. Quando em climas frios, pode ser cultivada facilmente em vasos, para que posteriormente se possa recolher nas épocas mais desfavoráveis.Na arte culinária asiática, os caules frescos são usados como tempero, especialmente com peixe e carne. Das suas folhas frescas ou secas faz-se uma infusão com um fantástico aroma a limão, sendo esta uma das mais agradáveis surpresas da planta, podendo ser tomada com regularidade pelas suas reconhecidas propriedades digestivas.As folhas devem ser colhidas 3 a 4 dedos acima do ponto de inserção no caule, para que este possa rebentar novamente e manipuladas com cuidado pois cortam a pele com alguma facilidade. Ter o cuidado de filtrar cuidadosamente as infusões de forma a evitar a passagem dos microfilamentos presentes nas folhas.

Nos últimos 2 anos a procura desta planta em Portugal aumentou muito, sobretudo por criadores de cães que a tem utilizado como repelente de insectos picadores, transmissores de uma terrível doença mortal, a leshmaniose, plantando-a em maciços, na envolvente dos canis. Esta procura deve-se à popularidade das propriedades repelentes do óleo essencial da planta sobre estes insectos, também por vezes designado por óleo de citronela. Este é também utilizado no fabrico de perfumes, sabões, cosméticos e como aromatizante na indústria alimentar.A sua propagação faz-se apenas por divisão de caules, na Primavera ou no Outono, uma vez que no nosso clima esta planta não produz sementes.


O que é a Leishmaniose??

A Leishmaniose é uma doença provocada por um protozoário (parasita microscópico) do género Leishmania, que infecta canídeos e ocasionalmente o gato e roedores. Além disso a Leishmaniose é uma zoonose, ou seja, pode infectar o Homem, principalmente indivíduos imunodeprimidos, já que o nosso sistema imunitário, quando activo, consegue combater o parasita de forma eficaz, ao contrário do sistema imunitário do cão que não tem essa capacidade. É uma doença crónica debilitante, que, caso não seja acompanhada pelo Médico Veterinário, pode levar à morte do nosso melhor amigo. Em Portugal, existem duas formas da doença: a forma visceral e a forma cutânea, no entanto, a visceral é a forma mais grave, e a que se encontra mais disseminada pelo território nacional. Esta doença pode ocorrer em canídeos de qualquer idade, raça ou sexo, no entanto, as infecções sintomáticas são mais comuns a partir dos nove meses de idade.


Como se transmite?

O único modo de transmissão conhecido, ocorre através da picada de um mosquito da família Phlebotomidae (mosca de areia), como tal, o canídeo só fica infectado em zonas onde existem estes mosquitos e a transmissão ocorre apenas durante os meses quentes (de Março a Outubro), e geralmente este mosquito se alimenta pouco antes do nascer do sol e logo após o pôr-do-sol (lusco-fusco). De igual modo, o Homem só pode ficar infectado, quando picado pelo mosquito infectado. ( o que é pouco provavel e nao há conhecimento de humanos infectados)

1 - A fêmea do mosquito ingere sangue de um vertebrado infectado, ingerindo também o parasita.

2 – Depois de ingerido, o parasita multiplica-se no trato gastrointestinal do mosquito.

3 - Quando se volta a alimentar noutro hospedeiro, o mosquito, inocula o parasita na corrente sanguínea. Caso este não seja eliminado pelo sistema imunitário, o animal (ou o Homem) fica infectado.


Quais os sintomas?

É importante referir que a Leishmaniose pode ser assintomática, ou seja, cães infectados podem não apresentar sinais de doença. Nos casos sintomáticos, existem lesões ao nível de muitos orgãos, já que a Leishmania tem a capacidade de se distribuir por muitos sistemas orgânicos. Assim, animais com lesões de pele, hiperqueratose nasal e/ou digital, queda anormal de pêlo, crescimento excessivo das unhas, perda progressiva de peso, apetite diminuído, intolerância ao exercício, depressão, problemas oculares, corrimentos nasais, hemorragias pelo nariz (epistaxis), diarreia, vómitos ou animais que bebam muita água e urinem em demasia, devem ser levados ao veterinário para despiste da Leishmaniose.
Como se previne a Leishmaniose?
Infelizmente, ainda não existe uma vacina efectiva contra a Leishmaniose, como tal, é necessário adoptar outras medidas preventivas. Como esta doença, se transmite pela picada de um mosquito, é essencial proteger o nosso fiel companheiro, durante as horas críticas (quando o mosquito se alimenta), ou seja, durante o final da tarde, noite e princípio da manhã. Assim deve-se evitar manter os cães ao ar livre durante estes períodos do dia, principalmente nos meses quentes. No caso do animal pernoitar num canil, este deve ser protegido por redes mosquiteiras, repelentes e/ou insecticidas.
Como alternativa, existem coleiras (Scalibor) e produtos (Pulvex e Advantix) repelentes de insectos que impedem as picadas. Não se esqueça que a Leishmaniose é uma realidade em todo o território nacional, que pode matar o nosso melhor amigo e contaminar o ser humano. Além disso o nosso cão pode estar infectado, sem apresentar sintomas.
PROTEJA-SE, PROTEGENDO-O

Lambidelas protegidas*
Masha

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